O escritor francês Patrick Modiano, de 69 anos, foi anunciado nesta quinta-feira (10/09) vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2014. A Academia Sueca, responsável pela premiação, não conseguiu entrar em contato com o autor antes da divulgação.
O júri outorgou o prêmio ao francês “pela arte da memória com a qual evocou os destinos humanos mais incompreensíveis e descobriu o mundo da ocupação nazista da França” durante a Segunda Guerra Mundial.
Agência Efe
Obras de Modiano expostas durante o anúncio do prêmio
Modiano nasceu em 1945 em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris, filho de um homem de negócios e uma atriz. O livro mais famoso do autor é “Uma rua de Roma”, que conta a história de um detetive que perde a memória. Ele é considerado o principal escritor francês da atualidade.
A estreia de Modiano no mundo da literatura remonta a 1968 com o romance “La Place de L'étoile” e seu último livro chegou às livrarias este ano sob o título de “Pourquoi Tu Ne Te Perdes Pas Dans le Quartier”.
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As obras do autor, segundo o júri, se centram “na memória, no esquecimento, na identidade e na culpa”, com Paris como palco de muitos de seus livros.
[Antes do Nobel, Modiano já havia recebido os principais prêmios da literatura francesa]
Com frequência, os relatos se constroem sobre fatos autobiográficos ou relacionados com a ocupação nazista da França; em algumas ocasiões, continua a Academia, extrai material de entrevistas, artigos de periódico ou notas que foi acumulando durante anos.
A obra mais conhecida do escritor, “Uma Rua de Roma” (“Rue des Boutiques Obscures”, no título original), conta a história de um detetive que perdeu a memória e seu caso final é descobrir quem ele realmente é. “É um livro divertido, que brinca com o gênero policial, ao mesmo tempo em que diz coisas fundamentais sobre a memória e o tempo”, disse o secretário-permanente da Academia Sueca, Peter Englund, ao anunciar o resultado.
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Modiano teve sete livros publicados no Brasil. Editados pela Rocco, seis deles estão esgotados. São eles: “Ronda da noite” (1985), “Uma rua de Roma” (1986), “Vila triste” (1998), “Dora Bruder” (1998), “Do mais longe ao esquecimento” (2000), e “Meninos valentes” (2003). “Filomena firmeza”.
Ele é o 11º autor francês a ser premiado. Os também escritores Ngugi wa Thiong'o (do Quênia), Haruki Murakami (Japão) e Svetlana Aleksijevitj (Belarus) eram apontados como favoritos a receber o prêmio de 8 milhões de coroas suecas, ou R$ 2,66 milhões.
(*) com agências internacionais