A Hungria responsabilizou nesta quinta-feira (03/09) a Alemanha pelo caos na estação Keleti, em Budapeste, onde centenas de refugiados esperam há dias para embarcar em trens para Alemanha e Áustria.
“A Alemanha cometeu erros de comunicação quando deixou em situação incerta os refugiados que querem seguir em direção a Europa Ocidental”, afirmou o ministro de Governo da Hungria, Janós Lázár. Segundo ele, Berlim mandou uma mensagem de promessa de asilo para os sírios. “Houve insegurança durante dias” em relação à posição alemã, disse.
Fotos: Agência Efe
Refugiados na estação Keleti, em Budapeste: Hungria culpou Alemanha por caos na capital
A Embaixada da Alemanha na Hungria informou ontem que aplicará as normas do Convenção de Dublin, que determina que a pessoa que busca asilo na União Europeia (UE) deve se registrar no primeiro país do bloco em que chegar.
Centenas de refugiados esperam há dias em frente à estação de trens Keleti para poder viajar para Áustria e Alemanha, depois de, na segunda-feira (31/08) as autoridades húngaras os terem deixado seguir seu rumo. Viena criticou Budapeste por ter deixado os refugiados passarem, embora também não os tenha parado em seu caminho para a Alemanha.
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Nesta quinta, novamente, os policiais saíram da estação Keleti e os refugiados conseguiram entrar em um trem. O comboio, lotado, partiu hoje, às 11h18 (6h18 em Brasília), de Budapeste para a cidade de Sopron, no nordeste da Hungria, na fronteira com a Áustria, comprovou a Agência Efe.
No entanto, o trem foi parado pouco depois na cidade Bicske, a oeste da capital, para admitir os refugiados em um centro de amparo, informou a agência MTI. O ministro disse que seu país pediu aos refugiados que se registrem no Escritório de Imigração de Budapeste.
Trem para Sopron partiu da estação Keleti nesta quinta, mas foi parado pouco depois ao oeste de Budapeste
Lázár também criticou a UE por “não ser capaz de lidar com a situação” e reiterou que seu país não pode aceitar a proposta de Bruxelas de distribuir os refugiados mediante um sistema de cotas vinculativas.
“Itália, Grécia e Hungria são incapazes de enfrentar sozinhos a situação”, afirmou o ministro.
O parlamento húngaro debate hoje e na sexta (04/09) um projeto para endurecer a legislação migratória. Segundo o texto, a pena para quem atravessar a fronteira sem autorização será aumentada e se abre a possibilidade de mobilizar o exército na região.
(*) Com Efe