O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, criticou nesta sexta-feira (26/05) o governo do Partido Conservador pelas “guerras fracassadas” em que se envolveu no exterior e pelos cortes no orçamento dos serviços de segurança, fatores relacionados aos recentes ataques terroristas na Inglaterra, segundo o trabalhista.
“Temos que ser corajosos o bastante para admitir que a ‘guerra ao terror’ simplesmente não está dando certo”, disse Corbyn durante uma conferência de imprensa nesta manhã em Londres, na retomada da campanha eleitoral na região após o ataque terrorista em Manchester na última segunda-feira (22/05), que deixou 22 mortos.
O líder trabalhista reiterou sua posição de que a participação do Reino Unido em guerras no Iraque e no Afeganistão – sob o governo do trabalhista Tony Blair – e na Líbia e na Síria – sob governos conservadores – aumenta a ameaça terrorista interna. “Muitos especialistas apontaram as conexões entre as guerras que nosso governo apoiou ou lutou em outros países e o terrorismo aqui dentro”, afirmou.
Ele ressaltou que a ligação entre guerras e terrorismo não justifica ataques contra pessoas inocentes. “Tal afirmação de maneira alguma reduz a culpa daqueles que atacam nossas crianças”, disse Corbyn. “Mas uma compreensão informada das causas do terrorismo é uma parte essencial de uma resposta efetiva que irá proteger a segurança de nossos cidadãos e que irá combater, e não motivar, o terrorismo.”
O líder trabalhista reconheceu que nenhum governo pode evitar um atentado, mas que é responsabilidade do Executivo tratar de diminuir a ameaça terrorista com sua política externa, não aumentá-la.
Agência Efe
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, durante conferência à imprensa na última segunda-feira (22/05)
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Corbyn também criticou os cortes ao orçamento policial no Reino Unido, que críticos afirmam ter levado à convocação das Forças Armadas britânicas para as ruas devido à falta de agentes da polícia para fazer o trabalho.
Ele prometeu uma nova política externa e mais dinheiro para a polícia, para o NHS (sistema de saúde pública) e para serviços de segurança e emergência caso os trabalhistas vençam as eleições parlamentares, que serão realizadas no dia 8 de junho.
Uma pesquisa do instituto YouGov divulgada ontem (25/05) indicou que os conservadores, que vinham na frente dos trabalhistas nas intenções de voto por nove pontos percentuais, perderam quase metade da vantagem após o atentado em Manchester.
O Partido Conservador, da premiê Theresa May, tem 43% das intenções de voto, enquanto o Partido Trabalhista tem 38% – contra os 44% e 35%, respectivamente, da semana passada. Corbyn, líder do partido, deve se tornar primeiro-ministro caso os trabalhistas vençam a maioria dos assentos no Parlamento no dia 8.