O Parlamento sul-africano elegeu nesta quinta-feira (15/02) o até ontem vice-presidente Cyril Ramaphosa como novo presidente do país, menos de um dia depois da renúncia de Jacob Zuma ao cargo.
Mesmo sendo, até esta quarta (14/02), o primeiro na linha sucessória, pelas leis da África do Sul o Congresso precisaria confirmá-lo definitivamente na presidência, onde cumprirá o restante do mandato de Zuma – previsto para terminar em 2019. Como o CNA (Congresso Nacional Africano), partido do ex-presidente e de Ramaphosa, tem maioria no Legislativo, a votação acabou se tornando mera formalidade.
Zuma renunciou na noite de quarta, após intensas pressões do CNA, que exigia que ele saísse do cargo por conta das denúncias de corrupção da qual foi alvo nos últimos anos. Depois que Ramaphosa assumiu o comando do CNA, no final do ano passado, a situação de Zuma dentro do partido piorou.
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Governo da África do Sul
Cyril Ramaphosa assume definitivamente presidência para concluir mandato de Zuma, que iria até 2019
O CNA havia dado 48 horas, a contar da última segunda-feira (12/02), para que Zuma renunciasse. Em entrevista à rede SABC, no entanto, o agora ex-presidente disse que não renunciaria por considerar que o partido não havia apresentado razões para tal.
Pouco depois, no entanto, voltou atrás, após o CNA ameaçá-lo com uma moção de desconfiança, que o obrigaria a deixar o cargo.
“Devo aceitar que, se meu partido e meus compatriotas desejam que eu seja removido do cargo, eles devem exercer este direito e fazê-lo da maneira prescrita na Constituição. Não tenho medo de moção de desconfiança ou impeachment”, disse, em pronunciamento na TV.
Esta não é a primeira remoção de um mandatário desde que o CNA chegou ao poder com o fim do apartheid, em 1994. Em 2008, após ser eleito líder do partido, o próprio Zuma participou das manobras para forçar a renúncia do então presidente Thabo Mbeki.