O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica recebeu nesta terça-feira (21/08) o prêmio “Laurel de Prata” em La Zubia, na Espanha, durante a sétima edição do Premio de Poesía en El Laurel.
O reconhecimento do político vem em função do trabalho humanitário que fez durante os quatro anos em que governou o Uruguai, de 2010 a 2015. Mesmo sem ter desenvolvido um trabalho literário, o papel de Mujica na política foi como “poesia”, segundo os organizadores.
Durante os 45 minutos de evento, Mujica disse que, para ele, “nem os tiros, nem os desastres naturais são a revolução”, além de criticar a “cultura funcional” e o consumismo que, segundo o ex-mandatário, motivam a humanidade a “destroçar o planeta”.
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Lideranças de La Zubia deram a Mujica prêmio literário (Ayuntamiento La Zubia/Reprodução)
“Na vida, há contas que ‘não se cobram’ e temos que aprender a carregá-las em uma mochila e entender que o ontem serve para aprender”, afirmou, durante entrevista coletiva. Para mudar o mundo, disse o ex-presidente, “devemos levar em conta que somos humanos”.
Distanciamento da política
No dia 14 de agosto, Mujica renunciou ao cargo de senador no Uruguai, alegando cansaço por conta do que chamou de “longa jornada”. Mesmo após encerrar seu mandato à frente da presidência, dando lugar a Tabaré Vázquez, o ex-mandatário havia desempenhado papel ativo na política latino-americana e uruguaia.
Mujica sinalizou que, entre os motivos de sua saída, além do desgaste, havia problemas pessoais. Outro fator que o influenciou na retirada do cargo na Frente Ampla foi a morte de sua cachorra de estimação, Manuela, que o acompanhou por 22 anos.
Veja vídeo da premiação: