O Mercosul (bloco que reúne Brasil, Uruguai e Argentina) agendou para 18 de setembro uma reunião para discutir o acordo entre o bloco e a União Europeia, que vem sendo debatido há quase 20 anos. O encontro foi convocado pelo Uruguai, que preside o Mercosul pro-tempore.
As discussões devem ocorrer em Montevidéu com o objetivo de definir estratégias para a concretização do acordo comercial com o bloco europeu.
Durante uma viagem para Joanesburgo, na África do Sul, o presidente Michel Temer afirmou que “não é improvável que, em setembro, se consiga fechar esse acordo”.
Entraves
Os entraves para o acordo incluem barreiras sanitárias, aspectos relativos ao setor automotivo, à propriedade intelectual e, em especial, sobre regras de patentes de medicamentos, indicações geográficas e serviços marítimos.
No mês passado, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, afirmou que o bloco não está disposto a firmar um acordo a qualquer custo e disse que nem tudo depende do Mercosul.
Vázquez criticou a União Europeia que, segundo ele, se mostrou muito mais rápida em suas negociações com o Japão e com mais “vontade política” do que tem demonstrado em relação ao Mercosul.
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Expectativa é de que acordo seja definido ainda em 2018 (Wikipedia Commons/Reprodução)
O comissário europeu de Agricultura, Phil Hogan, afirmou que a União Europeia não está satisfeita com os progressos das negociações.
Em meados deste mês, a Comissão Europeia considerou que as negociações já haviam alcançado “importantes progressos”.
Dados da comissão mostram que empresas da UE exportaram 42 bilhões de euros em bens para o Mercosul em 2016 e 22 bilhões de euros em serviços, em 2015. O bloco sulamericano também é um grande investidor na UE, com ações de 115 bilhões de euros em 2014.
Outras possibilidades
O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, insiste na vocação comercial do Mercosul e tem incitado os países membros a investir em diferentes sócios comerciais, como Canadá, Coreia do Sul e Cingapura.
“Existe a Aliança do Pacífico, existe China, Rússia, Japão e a União Econômica Euroasiática”, afirmou Vázquez.
Com Marieta Cazarré, da Agência Brasil