Atualizada às 12:45
A OMS (Organização Mundial da Saúde) convocou nesta quinta-feira (28/01) um comitê de emergência sobre sobre a epidemia do vírus zika, que já afeta 20 países na América Latina e na Europa. O encontro será realizado na próxima segunda-feira (01/02).
Entre três e quatro milhões de casos de infecção pelo zika devem ser registrados nas Américas, afirmou Marcos Espinal, especialista em doenças infecciosas do escritório regional da organização, em comunicado divulgado hoje pela agência. Ele não deu uma previsão de tempo para essas ocorrências.
Agência Efe
Margaret Chan, diretora geral da OMS, em reunião da agência em Genebra, na Suíça, nesta quinta-feira
A diretora geral da OMS, Margaret Chan, disse que é “profundamente preocupante” que o vírus já tenha sido detectado em 23 países no continente, visto que a doença foi registrada pela primeira vez na região em maio do ano passado.
“Uma relação causal entre o vírus zika e má-formações fetais e síndromes neurológicas ainda não foi estabelecida – e isso é um ponto importante – mas é fortemente suspeitada”, disse Chan. Tal ligação fez com que o vírus seja encarado como uma ameaça “de proporções alarmantes”: “a crescente incidência de microcefalia [em bebês] é particularmente alarmante, pois coloca um fardo doloroso sobre famílias e comunidades”, disse a diretora da OMS.
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A possível associação da infecção com má-formações fetais e síndromes neurológicas, o potencial de disseminação internacional do vírus dada a ampla distribuição geográfica do mosquito Aedes aegypt, a falta de imunidade de populações em regiões não afetadas e a falta de vacinas foram listadas por Chan como razões para a convocação do comitê de emergência, que se reunirá na próxima segunda-feira em Genebra. O objetivo do encontro é determinar a gravidade da epidemia e medidas para controlá-la, além de identificar áreas de prioridade para pesquisas em caráter de urgência, como testes para diagnóstico e o desenvolvimento de vacinas e tratamentos. A infecção pelo zika não tem cura.
Espinal, especialista da OMS, alertou que “a doença irá para onde o mosquito for”. “Temos que presumir isso. Não podemos esperar que ela se espalhe”, afirmou, ressaltando a importância de controlar o mosquito para controlar a disseminação do vírus.
Agência Efe
Mosquitos transgênicos foram liberados no interior de Piracicaba, São Paulo, para combater o transmissor do vírus
Zika no Brasil
O Brasil confirmou ontem 4.180 casos suspeitos de microcefalia no país desde setembro, o que representa um aumento de 7% em relação aos dados divulgados na semana passada. O governo brasileiro anunciou o deslocamento de 220 mil militares, 60% dos integrantes das Forças Armadas, para participar de uma campanha de informação contra o mosquito em cerca de 300 cidades.