Foto: Brian Tomlinson
No número 02 da revista Samuel, um artigo de Adolpho José Melfi publicado originalmente na revista Nossa América comentava os conceitos de água virtual e pegada hídrica, que levam em conta a quantidade de água utilizada na produção de um bem de consumo. Pois pesquisadores europeus divulgaram um estudo sobre a pegada hídrica de carros de passeio. Eles calcularam quanta água foi utilizada na produção, uso e descarte dos três modelos da montadora Volkswagen: Polo, Golf e Passat. Eles também desenvolveram “inventórios hídricos regionais”, com informações sobre onde a água foi usada, e investigaram o impacto na saúde pública e nos ecossistemas.
Eles descobriram que o consumo de água varia entre 52 a 83 mil litros de água por modelo, sendo o Polo o mais econômico e o Passat, o mais “sedento”. Mais de 95% da água é consumida na fabricação, principalmente na produção de ferro, aço, metais preciosos e polímeros. O consumo se dá em 43 países, mas somente 10% da água foi consumida diretamente no local da produção dos carros estudados, na Alemanha. A demanda de água pode ter impactos na saúde pública na África do Sul e em Moçambique, onde é feita a mineração de grande parte dos metais utilizados, enquanto na Europa são os ecossistemas que mais sentem o impacto do uso da água na produção automobilística.
Uma descoberta supreendente é que os metais preciosos utilizados nos componentes eletrônicos e mecanismos de controle de emissão dos carros são responsáveis por uma fatia considerável do consumo total. “Menos de um quilo de metais preciosos é responsável por mais de 20% de toda a água consumida durante todo o ciclo de vida de um Golf, e isto é algo notável”, dizem os cientistas.
Leia mais sobre o interessante estudo, em inglês, no site da revista Conservation Magazine.
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