Capa da primeira edição do livro “Walden”, publicada nos Estados Unidos em 1854. Imagem Wikimedia Commons
Henry David Thoreau, escritor estadunidense considerado por muitos o primeiro ambientalista, está ajudando os cientistas a estimarem os impactos das mudanças climáticas. Sua obra mais conhecida, o livro “Walden”, é um relato dos dois anos que o escritor viveu em uma cabana na floresta, e um ensaio autobiográfico sobre a crença de Thoreau na importância do retorno à simplicidade e da vida em harmonia com a natureza.
Thoreau também era um dedicado naturalista, e tomou notas detalhadas sobre as primeiras florações de mais de 500 espécies de flores silvestres em Concord, Massachussetts, entre 1851 e 1858. Quando dois pesquisadores da Universidade de Boston descobriram as anotações, eles perceberam o quão úteis elas podiam ser para a medição do impacto das mudanças climáticas ao longo dos últimos 150 anos. A floração das plantas é um fenômeno muito sensível à temperatura, e um bom indicador da resposta ecológica às mudanças climáticas.
Os cientistas compararam as datas das florações descritas por Thoreau com os registros atuais, e concluíram que estas plantas, em média, “estão desabrochando dez dias antes do que na época do escritor”. Os pesquisadores estimam que nos últimos 155 anos, a temperatura média em Concord tenha subido 2,4 graus Celsius. Além disso, 27% das espécies observadas por Thoreau não se encontram mais na região, e 36% delas, que eram comuns na época do escritor, por volta de 1850, hoje são muito raras.
“Thoreau era um atento observador da natureza e um jornalista dedicado”, disse um dos cientistas. “Tenho certeza de que ele teria reconhecido a mudança nos padrões dos eventos naturais em Concord. Thoreau era também um ativista, e talvez hoje ele também estaria envolvido nos esforços pela redução da emissão de gases de efeito estufa ligados às mudanças climáticas.”
Leia o artigo completo, em inglês, no site da revista Mother Jones.
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