Imagem do jogo “Under Ash”, cortesia Afkar Media via Ars Technica
“A vida para os desenvolvedores sírios nunca esteve tão boa”, brinca Radwan Kasmiya, fundador da produtora de jogos eletrônicos Falafel Games. “Dá pra testar a ação nas ruas e depois voltar para o computador e inseri-la no jogo.” Uma reportagem do site Ars Technica comenta como a promissora indústria de desenvolvimento de videogames síria sucumbiu a anos de sanções econômicas e à violência da guerra civil entre militantes civis e o exército do presidente Bashar al-Assad. Segundo a matéria, a maioria dos jovens profissionais da tecnologia sírios abandonaram o país em busca de segurança e oportunidade nos vizinhos Jordânia e Líbano e até na China, para onde se mudou Kasmiya. “A indústria do entretenimento foi a primeira a ser afetada pela revolução. Nos últimos 11 meses, a maioria das empresas de TI ou fecharam as portas ou estão enfrentando grandes dificuldades. Uma grande onda de jovens talentos sírios está migrando para os países vizinhos”, diz ele.
Kasmiya é o desenvolvedor por trás do maior sucesso da indústria de videogames síria, o jogo “Under Ash“, de 2003. O título não chegou a ser comercializado no Ocidente, mas ficou conhecido internacionalmente por retratar o conflito israel-palestino através dos olhos de palestinos que pegam em armas contra soldados israelenses. Apesar de ter vendido cerca de 100 mil cópias – um número pequeno para os padrões ocidentais – ele teve uma sequência: “Under Siege”, lançado em 2005, um jogo em estilo documentário que conta histórias de vida de famílias palestinas baseado em relatos de documentos da ONU.
Trailer do jogo “Under Siege”
Mas a violência e as dificuldades econômicas impostas por anos de sanções dos EUA contra o país acabaram com as esperanças da infraestrutura de desenvolvimento de games no país, segundo o Ars Technica. “Acho que a Síria perdeu sua indústria de jogos pelos próximos cinco anos”, acredita Kasmiya. “Mas ela vai voltar a florescer, porque as bases estão lá.”
Leia a matéria completa, em inglês, no site Ars Technica.
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