Foto por Paula Ragucci via NPR
O Brasil dos BRICS, a sexta economia mundial, tem exercido seu fascínio sobre o resto do mundo, que olha com curiosidade e espectativa para o país da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A NPR, rede pública de rádio dos Estados Unidos, entrevistou Clarah Averbuck para tentar entender melhor essa nova realidade através do trabalho da escritora, “a voz dos jovens do Brasil”, segundo a rádio.
“Meus pais dizem que eu comecei a escrever antes mesmo de saber escrever, porque eu gostava de contar histórias”, conta Clarah. Ela diz que o livro “Vida de Gato”, lançado no Brasil em 2004 e cuja versão em inglês foi lançada nos EUA com o título “Cat Life”, é baseado em sua experiência pessoal: “Foi a primeira vez que eu me apaixonei. Eu era jovem, tinha 21 anos, e o momento em que você se dá conta de que as coisas não vão acontecer do jeito que você gostaria que elas acontecessem pode ser devastador. E eu também queria contar a história de uma jovem artista no Brasil. A maioria dos artistas aqui não consegue viver da sua arte.” Camila, a protagonista do livro, é uma escritora em dificuldades financeiras que chega a ser despejada do apartamento onde mora. “O Brasil está mudando e as coisas estão melhorando principalmente para as pessoas muito pobres, que hoje podem contar com o apoio do governo, mas infelizmente as coisas ainda não mudaram para nós, artistas.”
Para Clarah, a maioria dos personagens femininos na literatura “não tem muitos defeitos”: “Há muitos anti-herois na ficção, mas poucas anti-heroínas. Camila é uma mulher forte que está se esforçando para viver da sua arte, mas é frágil nos assuntos do coração. Ela não é fraca, mas frágil.”
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Sua anti-heroína é também um recorte das vidas e das lutas das mulheres no Brasil. “Nós temos uma presidenta, mas infelizmente o Brasil continua sendo um país muito sexista. Mulheres ainda são vistas como objetos. A coisa mais importante que uma mulher pode fazer é ser bonita, o que é uma pena.” Clarah diz ter um objetivo bem definido com a sua obra: “Quero que meus personagens façam as pessoas ver que elas podem ser elas mesmas.”
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