Sócrates: “Só sei que nada sei.” Imagem via Wikimedia Commons
A Terra já foi plana e estática. O átomo já foi a menor partícula da matéria. E o ovo passa de mocinho a vilão a cada novo estudo divulgado. A “verdade científica” é constantemente colocada em discussão, e frequentemente desmentida quando um novo dado é descoberto. Mas o autor estadunidense Samuel Arbesman criou uma teoria que estima sua validade exata: 45 anos.
A cientometria, ciência que mede e analisa a ciência, teria surgido nos idos de 1947, quando o matemático Derek J. de Solla Price começou seu estudo para concluir, em 1960, que o conhecimento produzido desde o século XVII até aquele momento tinha uma taxa de crescimento constante de 4,7% ao ano. Os dados científicos dobravam a cada 15 anos, e se em 50 anos o conhecimento científico cresce dez vezes, não é de se surpreender que muito do que aprendemos na escola, depois de alguns anos, já não é tão correto assim.
Para Arbesman, a “meia-vida” média das verdades científicas pode ser estimada em 45 anos. Ele chegou a essa conclusão a partir da análise de uma pesquisa que investigou a “validade da verdade” dos dados científicos sobre a cirrose e a hepatite: metade do que os médicos tinham como certo com relação a essas doenças era incorreto ou obsoleto após 45 anos.
O autor acredita que nós temos a tendência de selecionar as verdades científicas em que queremos acreditar, para assim validar nossas crenças sobre como o mundo funciona – ou deveria funcionar. “Na realidade, nós adicionamos à nossa bagagem de conhecimento somente os fatos que nos interessam, para reforçar as nossas crenças já estabelecidas. Deveríamos, no entanto, assimilar novos conhecimentos independentemente do peso deles na nossa visão de mundo.” E o filósofo tinha razão: “só sei que nada sei” seria a melhor maneira de encarar o mundo e a ciência.
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