Livraria de raiz: projetado há mais de cem anos, prédio foi originalmente desenhado para vender livros
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Considerada uma das livrarias mais belas do mundo, a portuguesa Livraria Lello começou a cobrar entrada dos seus milhares de visitantes diários. Em troca do “ingresso” — um marcador de livros com o nome da livraria para recordação —, os turistas organizados em grupos já contribuem com dois euros, quantia que servirá para “pagar o desgaste” da loja da cidade do Porto.
“Antes uma casa que cobra pela entrada do que uma casa fechada”, comentou o proprietário, Antero Braga, ao jornal português Público. O dono da centenária livraria também disse ser muito provável que, no futuro, o pagamento seja estendido ao restante do público, porque “a cultura não pode ser sinônimo de pobreza”.
Para Braga, a taxa é uma pequena retribuição em troca do “desgaste enorme em prol da cultura e da divulgação da cultura portuguesa”. Diariamente, são mais de 2 mil pessoas que transitam pelas escadas vermelhas, passando pelas esculturas em madeira e estantes bizantinas que dividem o espaço com os cerca de 120 mil livros.
Em todas as listas das mais belas livrarias do planeta, sempre há espaço para a Lello. O britânico The Guardian, por exemplo, considerou a loja portuguesa a terceira mais encantadora, e a primeira entre as projetadas originalmente para ser uma livraria — já que a holandesa Boekhandel Selexyz Dominicanen era uma igreja, e a argentina El Ateneo, um teatro antigo.
No parecer do escritor catalão Enrique Vila-Matas, o estabelecimento do número 144 da Rua das Carmelitas, no Porto, é “a mais bonita livraria do mundo”.
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