Avós da Praça de Maio anunciam neto 128, raptado na ditadura da Argentina

Neto se chama Marcos e desapareceu em 1976 junto com a mãe, vivendo com identidade trocada por 42 anos
Atualizada em 30.ago.2015, às 10h46
Em entrevista a Bruno Torturra, do site Fluxo, Carl Hart, o neurocientista e professor da Universidade de Columbia, afirmou que não vivenciou, diretamente, qualquer abordagem por parte de seguranças do hotel Tivoli-Mofarrej, em que se hospedou e participou de um seminário promovido pelo IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), como foi publicado pelo site Justificando e reproduzido por Samuel.
Segundo Hart, ele teria sido informado pelos organizadores, ao sair do banheiro [para onde se dirigiu inicialmente], de que um segurança do hotel iria abordá-lo. Os organizadores pediram, então, desculpas ao professor pelo fato.
"Quando saí [do banheiro], os organizadores da conferência vieram pedir desculpas pelo ocorrido. Afirmaram, quando cheguei, que um segurança do hotel iria me abordar por não pertencer àquele ambiente, mas eu não testemunhei nada disso que me disseram."
Hart diz também na entrevista que não foi barrado e que sua fala no seminário não tinha relação com o suposto fato. Para ele, a notícia do episódio conduzia a conclusões erradas.
Na entrevista a Torturra, reproduzida abaixo (em inglês, sem legendas), Hart diz que não ele não precisa de solidariedade, mas, sim, a população negra brasileira, que é discriminada cotidianamente. Ele diz também que o episódio mostra que, de alguma forma, ele não é mais tratado como um homem negro comum, porque, se fosse, ninguém se preocuparia se ele tivesse sido barrado ou não.
Hart deu explicação semelhante ao site Justificando, autor da notícia original. Segundo ele, as pessoas que viram o fato acontecer se sentiram ultrajadas, embora ele próprio tenha considerado um incidente menor. Veja o vídeo, com legendas:
Carl Hart - Incidente no HotelDurante a manhã tivemos a oportunidade de receber em nossos estúdios o neurocientista Dr.Carl Hart; além de falar sobre seu trabalho, Carl deu suas primeiras declarações em vídeo sobre o episódio onde teria sido barrado ao entrar em um hotel de São Paulo. “Esse foi um incidente relativamente pequeno quando eu penso no que acontece nessa sociedade todos os dias”, declarou, endossando a matéria divulgada pelo Justificando - inclusive ao compartilhá-la em sua conta de Twitter (o link foi deletado por volta das 18h de hoje). Devido aos últimos acontecimentos, e de toda a repercussão que o caso atingiu, nossa postura se mantém: buscamos esclarecer os fatos e sempre apurá-los de maneira firme e livre de qualquer interesse, entregando ao público um trabalho do qual nos orgulhamos. Nossa reflexão é: importa mais o tamanho do incidente ou o modo como nossa sociedade sempre consegue minimizar a opressão?
Posted by Justificando on Sábado, 29 de agosto de 2015
O hotel também divulgou nota neste sábado negando ter barrado o hóspede. Leia abaixo:
O Tivoli São Paulo - Mofarrej tem como objetivo e hábito receber hóspedes e clientes de diversos países e em variadas ocasiões. O hotel afirma que seus funcionários recebem treinamento constante para manter o alto padrão de serviço, para bem atender seus clientes garantindo qualidade, segurança e discrição.
O Tivoli São Paulo - Mofarrej proíbe a discriminação em virtude de raça, sexo, cor, idade, religião, orientação sexual ou quaisquer outras formas de discriminação.
Como política o hotel não barra seus clientes, visto que possui diversos pontos de venda e espaços de evento, mas constantemente aborda todos os frequentadores para direcioná-los corretamente aos seus destinos.
O hotel reforça que é absolutamente contra qualquer forma de discriminação.
… temos algo a sugerir. Cada vez mais gente lê Opera Mundi, mas a publicidade dos governos, com o golpe, foi praticamente zerada para a imprensa crítica, e a publicidade privada não tem sido igualmente fácil de conseguir, apesar de nossa audiência e credibilidade. Ao contrário dos sites da mídia hegemônica, nós não estamos usando barreiras que limitam a quantidade de matérias que podem ser lidas gratuitamente por mês. Queremos manter o jornalismo acessível a todos. Produzir um jornalismo crítico e independente custa caro e dá trabalho. Mas nós acreditamos que o esforço vale a pena, pois um jornalismo desse tipo é essencial num mundo que preza a democracia. E temos certeza de que você concorda com isso.
Torne-se um assinante solidário ou faça uma contribuição única.
(Este anúncio é diretamente inspirado numa solicitação feita pelo jornal britânico ‘The Guardian’. A imprensa independente de todo o mundo está buscando nesse tipo de apoio uma forma de existir e persistir.)
Neto se chama Marcos e desapareceu em 1976 junto com a mãe, vivendo com identidade trocada por 42 anos
Tanto os pró-aborto quanto os antiaborto organizam vigílias e preveem uma votação demorada
Valorizar as propriedades comunais e cooperativas com financiamento público são bases da nova política agrícola
Local foi encontrado após operação que pretendia resgatar um garoto sequestrado há cerca de três anos
A editora Alameda traz uma seleção especial de livros escravidão, abolição do trabalho escravo e sobre cultura negra. Conheça o trabalho de pesquisadores que se dedicaram profundamente a esses temas, centrais para o debate da questão racial e da história do Brasil.
Leia MaisDeputados se articulam para liberar uso de agrotóxicos
Convênios lideram há seis anos reclamações dos consumidores
Ex-ministro analisa conjuntura e avalia governos petistas