A presidente argentina, Cristina Kirchner reuniu-se hoje (21), durante meia hora, com o ex-presidente cubano, Fidel Castro, num local desconhecido em Havana. Cristina, que deixa a ilha hoje à noite ao fim de uma visita de três dias, disse que encontrou Fidel “muito bem”.
“Falamos de todos os temas, ele me parece muito bem”, disse a um grupo de jornalistas estrangeiros ao regressar à embaixada argentina na capital cubana.
É a primeira vez que Fidel se reúne com um estrangeiro desde que, em novembro, recebeu o presidente russo, Dimitri Medvedev. Não se tinha notícia dele desde que publicou seu último artigo no diário oficial Granma, em 5 de dezembro. Desde então, seu estado de saúde foi objeto das mais variadas especulações.
Cristina revelou aos jornalistas que conversou com Fidel sobre os mais variados temas políticos internacionais e que o líder cubano comentou que o presidente norte-americano, Barack Obama, lhe parece “uma pessoa sincera”, com “boas ideias”.
Segundo ela, Fidel assistiu ao vivo à posse do presidente dos Estados Unidos, ontem. “Fidel disse-me que se nota que ele [Obama] tem boas ideias”.
O encontro não apareceu em nenhum momento no programa oficial da visita. Aparentemente, a presidente só soube que veria Fidel quando o presidente cubano, Raúl Castro, visitou-a hoje de manhã, sem aviso prévio.
Fidel está doente há dois anos e meio. Desde então, não é visto em público. Oficialmente, está se recuperando de uma operação intestinal. Em 2006, transferiu o cargo provisoriamente a Raúl, que o assumiu em definitivo em fevereiro de 2008.
Venezuela
Cristina Kirchner chega ainda hoje à Venezuela com uma intensa agenda de trabalho para tratar com Hugo Chávez, que espera receber mais um apoio público à proposta de emenda constitucional que prevê reeleição por tempo indefinido no país. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve com Chávez e defendeu esse direito.
Para o analista político José Vicente Carrasquero, o presidente venezuelano “serviu-se da agenda internacional para projetar sua imagem interna, para parecer uma pessoa importante perante o mundo, e dessa forma obter o respaldo necessário”. Segundo ele, a agenda tende a ser “bastante intensa” nos próximos dias. O referendo será realizado no dia 15 de fevereiro.
A exemplo do que fizeram Lula e Chávez, Cristina também deve tratar da adesão da Venezuela ao Mercosul. O presidente brasileiro disse ao venezuelano que o Senado vai aprovar a proposta em março, quando voltar do recesso – a Câmara dos Deputados já o fez. Na Argentina, a adesão já foi aprovada. Os outros membros são Paraguai e Uruguai.
(Colaborou Maria Emma Grand, de Caracas)
(Reportagem atualizada para correção de informação sobre o último encontro de um líder estrangeiro com Fidel antes de Cristina Kirchner)
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