A política externa norte-americana para o Oriente Médio e Ásia contará com duas atenções personalizadas. O ex- senador George Mitchell – o arquiteto da paz na Irlanda do Norte na década passada – acaba de ser nomeado enviado especial para a região da Palestina, e o ex-embaixador na ONU (Organização das Nações Unidas), Richard Albrook, estará a cargo dos conflitos no Iraque e no Afeganistão.
Estes foram os dois grandes anúncios feitos hoje (22) pelo presidente Barack Obama, numa visita ao Departamento de Estado, horas depois que Hillary Clinton assumiu a pasta. Obama não revelou nenhum outro pensamento seu sobre a diplomacia norte-americana em relação ao resto do mundo.
Em um discurso aos empregados do Departamento de Estado, Obama disse que as duas nomeações representam um “compromisso dos Estados Unidos” em “acabar com o conflito no Oriente Médio”. O presidente foi critico com as duas partes no conflito, que opõem Israel ao governo do Hamas pelo controle da Faixa de Gaza.
“O Hamas continua com os seus planos de bombardear com fogeutes cidades fronteiriças em Israel. Nenhuma democracia pode tolerar esse perigo para seus habitantes. Nem o mundo. Nem os palestinos podem aceitar ser um cenário do terrorismo”, disse o presidente.
Por isso, “o Hamas tem de acabar com os bombardeios, mas Israel também tem de retirar todas as suas tropas da Faixa de Gaza”, acrescentou Obama.
Israel anunciou a retirada de Gaza no sábado passado (17), dois dias antes da tomada de posse de Obama, na terça-feira (20). Muitos observadores viram o gesto como uma tentativa, por parte de Israel, de não complicar a coisas com o presidente norte-americano recém empossado.
Obama enfatizou que os Estados Unidos começaram a realizar grandes esforços, “e definitivos”, para limpar a sua imagem no mundo, fortemente afetada pela incapacidade da administração anterior de dialogar com seus adversários.
“Quero que uma coisa fique bem clara: os Estados Unidos, sob a minha administração, não torturam”, afirmou, fazendo referencia a uma das maiores críticas que recebeu o seu antecessor, por parte da comunidade internacional.
Fechamento de Guantánamo em um ano
Logo de manhã, Obama deu um passo importante na redenção da imagem pública norte-americana, e assinou a ordem executiva que ordena o encerramento da base de Guantánamo, localizada em Cuba, no prazo de um ano, assim como outra ordem que obriga o estudo de formas para levar os presos da base ante a justiça, “de uma forma legal” e remodela a maneira como devem ser tratados.
Uma dessas formas seria a transferência dos detidos para o território continental norte-americano, o que levantou de imediato críticas por partes dos republicanos.
Esta segunda ordem executiva afirma que toda pessoa sob a custódia das autoridades militares norte-americanas, tem que ser interrogada de acordo com as regras dos manuais militares. Elas devem ser aplicadas àqueles prisioneiros de guerra reconhecidos como “combatentes honoráveis”. Uma categoria que o ex-presidente George W. Bush negou aos prisioneiros das guerras do Iraque e do Afeganistão, desde o inicio dos respectivos conflitos.
“A mensagem que quero enviar ao mundo hoje é que os Estados Unidos pensam seguir com a sua guerra contra a violência e o terrorismo, e para termos êxito neste caminho temos de ser consistentes com os nossos valores e ideais”, afirmou Obama, ao explicar o banimento da tortura.
Tanto Mitchell como Albroock garantiram que vão dedicar todos seus esforços para resolver os conflitos na região. “Não há um só conflito que não tenha uma solução. Vamos acabar com eles”, disse Mitchell.
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